LUCAS JOSÉ D´ALVARENGA
( Minas Gerais – Brasil )
( 1768 – 1831 )
Nasceu em Sabará, MG. Faleceu após intensa vida político-militar. Inteligência precoce, ainda muito jovem, já se achava preparado no claro exigido pela Universidade de Coimbra. Dedicando-se às armas, chegou ao posto de tenente-coronel e foi o último governador da possessão portuguesa na Ásia- Macau.
Escreveu e publicou obras históricas, e também um volume de suas produções poéticas, sob o título – Poesias (1830).
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O objetivo geral deste artigo é descrever a imagem do amor na poesia de Lucas José d'Alvarenga, poeta que nasceu em 1768, em Sabará, Minas Gerais, e morreu em 1831, no Rio de Janeiro.
Seu livro Poezias foi publicado em 1830 e, embora não tenha sido mais reeditado, recebeu considerações de alguns críticos importantes do século XIX. Para se fazer esta análise, utilizou a técnica de pesquisa bibliográfica, que consistiu em, a partir dos conceitos de amor, de erotismo e de imagem, que constam no referencial teórico, selecionar os poemas e analisar as imagens do amor nesse livro. O resultado alcançado mostra que o amor na poesia de Alvarenga apresenta os três elementos indispensáveis à sua representação: exclusividade, atração e pessoa. Esse afloramento do sujeito na poesia de Alvarenga, já que os três elementos constitutivos do amor aparecem em sua obra relacionados ao sujeito lírico, antecipa um traço peculiar do romantismo: o subjetivismo.
Texto extraído de: http://revistas.ufcg.edu.br/
SANTOS, Diva Ruas. Antologia da Poesia Mineira. Belo Horizonte: Ed. Cuatiara, 1992. 192 p. Capa e montagem Maxs Portes. Editora: Diva Ruas Santos - Apresentação: Alberto Barroca.
Ex. bibl. Antonio Miranda
O Mundo há de ver um dia
Neste Céu sereno e azul
Prostar-se a Ursa do Norte
Ante o Cruzeiro do Sul.
Em vário giro rodando
Sempre o Universo inteiro
Vai de janeiro a janeiro
Mil novas cenas mostrando
A velha Europa ditando
Por força de leis ao Meio-Dia
Perdeu essa regalia:
É o Brasil rico e fecundo
dando também leis ao mundo,
O Mundo há de ver um dia.
Grandezas de outro Hemisfério,
Pérsia, Assíria, Babilônia.
Ver-se-ão n´antigo Colônia,
Hoje Brasílico Império.
Sem astuto Ministério
Sem Máximas de Saul,
Funda o Salomão do Sul,
Qual do Norte, e do Oriente.
Um Império Florescente
Neste Céu sereno e azul.
Se dos Céus áureos emblemas
São inda os livros dos Fados,
E os seus mistérios sagrados
São origem de sistemas;
É tempo, Europa, que tremas
Na tua futura sorte;
Têmis, Minerva, Mavorte.
Farão ver ao Mundo inteiro
Subir do Sul ao Cruzeiro
Prostar-se a Ursa no norte.
Soberano Ártico Hemisfério,
Não tarda a tua mudança;
Debalde a Santa Aliança
Escora o despótico Império
Eu te instruo de um mistério,
Qual Samuel a Saul;
Do Boreal Céu Azul
Formem Congresso, Conselhos
Ver-se-ão por fim de joelhos
Ante o Cruzeiro do Sul.
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Página publicada em agosto de 2022
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